SONATA IN B MINOR (*)

my fingers no longer follow Liszt's mastery
but they still caress the keys on your skin
they go down your womb
wander in your smile

then
our inlaced bodies
squirm
dance
close the eyes
merge the mouths
smile
rejoin together
and the stars explode into a myriad of light particles at last
closing the tempo of the music bars
opening the space for unnecessary words

the city sleeps outside
on the verge of a new day
we slowly rebuild ourselves at the end of the night

(*) my title, "Poem 34" at the original text

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SONATA EM SI MENOR (*)

os meus dedos já não acompanham a mestria de Liszt
mas ainda acariciam as teclas da tua pele
descem ao teu ventre
vagabundeiam no teu sorriso

então
os corpos enlaçam-se
contorcem-se
dançam
os olhos fecham-se
as bocas fundem-se
riem
exultam
e finalmente as estrelas explodem numa miríade de partículas de luz
fechando o tempo dos compassos
abrindo o espaço das palavras desnecessárias

lá fora a cidade dorme
à beira de um novo dia
reconstruímo-nos lentamente ao fim da noite

(*) meu título, "Poema 34" no texto original

by Joaquim MURALE, in "UMA JANELA NA TREVA / UNA FINESTRA NELLA TENEBRA" (bilingue), Seda Publicações, 2017

(English translated by Armando TABORDA, 2021)