NEVER TELL ME AGAIN POEM

Never tell me again that your mouth sleeps in my mouth
Never hug me again on Fridays because your lips belong to Sundays
I get out of bed and look for my mobile phone
Silences are compasses inside us
Windows don't always have an exit
Where do the words and gestures come from?
From where the slopes painting and the no time circunstance?
Never tell me again that your mouth sleeps in my mouth
I get out of bed and remember each pocket
Cotton and dates are hot
The oil inside me isn't an ace of hearts
Books aren't read no longer
Poetry is the sum of fragility with reasoning
Not owning is a choice
To be hungry is to dive
Symmetries have no return
Never tell me again that your mouth sleeps in my mouth
(tangible that drawng you left on the napkin)
Never hug me again on Fridays because your lips belong to Sundays

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POEMA NUNCA MAIS ME DIGAS

Nunca mais me digas que a tua boca adormece na minha boca
Nunca mais me abraces nas sextas-feiras porque os teus lábios pertencem aos domingos
Saio da cama e procuro o telemóvel
Os silêncios são bússolas dentro de nós
As janelas nem sempre têm saída
De onde vieram as palavras e os gestos?
De onde a pintura dos declives e a circunstância de um destempo?
Nunca mais me digas que a tua boca adormece na minha boca
Saio da cama e recordo cada algibeira
O algodão e as tâmaras são quentes
O óleo dentro de mim não é o ás de copas
Os livros já não se leem
A poesia é a soma da fragilidade com o raciocínio
Não possuir é uma escolha
Ter fome é mergulhar
As simetrias não têm regresso
Nunca mais me digas que a tua boca adormece na minha boca
(tangível aquele desenho que deixaste num guardanapo)
Nunca mais me abraces nas sextas-feiras porque os teus lábios pertencem aos domingos

by Cecília BARREIRA, in her FB page 27.12.2019

(English translated by Armando TABORDA, 2019)

(photograph taken from Internet; edited by Armando TABORDA)