Em 1910, Dr. L.-L. Zamenhof, o criador do Esperanto, escreveu para a revista alemã "Der Arbeiter esperantista" (O trabalhador Esperantista): "Talvez para ninguém no mundo a nossa língua democrática tenha tanta importância, como para os trabalhadores, e espero que mais cedo ou mais tarde a força de trabalho seja o apoio mais forte do nosso propósito. Os trabalhadores não só experimentarão o uso do Esperanto, mas eles também mais do que os outros vão sentir a essência e a ideia do Esperanto".

Além disso, em 1910, depois de participar do Congresso Mundial de Esperanto, em Barcelona (1909), (...) Ernest Archdeacon, escreveu: "Os catalães surpreenderam- me completamente por causa da pureza e a facilidade com que eles falavam Esperanto. Eu constatei isso com trabalhadores simples de Barcelona, na verdade esperantistas que não tinham nem tempo para participar de congressos nem os recursos para pagar uma taxa de dez francos para participar. Os esperantistas são extremamente muitos no mundo do trabalho. "

Em 1921, por ocasião do Congresso Mundial, realizado em Praga, o vice-secretário da Liga das Nações, Inazo Nitobe, um japonês muito famoso, mesmo fora do seu país, um usuário talentoso do Inglês, foi capaz de observar o desempenho do Esperanto enquanto língua internacional: "Enquanto os ricos e os estudiosos desfrutarem de belas-letras e tratados científicos no original, os pobres e humildes utilizam o Esperanto como uma "língua francesa" para suas trocas de opinião. O Esperanto, por isso torna-se um motor da democracia internacional e de forte aglutinação. Precisa-se levar em consideração que esse interesse das massas em um propósito razoável e favorável, quando se estuda esta questão de uma língua comum.

Também em 1921, como parte da mesma conferência, fundou-se a Associação Anacional de (SAT), que já era na época a forma de fórum social universal com língua de trabalho comum mais facilmente manejável por qualquer povo do que qualquer outra língua nacional ou étnica.

Em 1922, Lord Robert Cecil <http://eo.wikipedia.org/wiki/Robert_Cecil> (1864-1958), Inglês, futuro Prêmio Nobel da Paz (1937), instou a Comissão de Cooperação Intelectual da Liga das Nações "para lembrar que a língua mundial não é só necessária aos intelectuais, mas acima de tudo ao próprio povo." Isso foi na década de 20 (1921-1922), quando o governo francês opõe-se fortemente ao Esperanto na Liga das Nações e também enviou tropas para ocupar a indústria alemã Região Ruhr (1923-1924), assim contribuindo para a popularização do extremista Adolf Hitler, que parecia, assim como em seu país, como o verdadeiro defensor dos interesses do povo.

Mais de cem anos depois, em 2010, o obstáculo linguístico dificulta ainda mais o diálogo, a solidariedade e a busca comum de soluções humanas entre as vítimas de um atual e hegemônico sistema político-econômico fundamentalmente injusto, ou mesmo desonesto e imoral, que é a gangrena da humanidade. No momento em que falamos de "justiça", um idioma nacional intrometida e injustamente auto impõe-se no papel de língua internacional, contribuindo assim para o aprofundamento do fosso entre a extrema riqueza e extrema pobreza.

Mais e mais fala-se sobre "comércio justo", mas não menos importante a justiça linguística. Sabemos que uma pequena minoria tem a maior parte da riqueza do mundo inteiro, mas em conferências, onde o Inglês é a única língua de trabalho, falantes nativos do inglês, na maioria dos casos, por mais longo tempo e mais inteligentemente podem intervir para forçar por seu ponto de vista: "Em reunião, o que se precisa, é o cérebro das pessoas. Se você forçá-las a falar Inglês, os anglo-americanos chegam com 100% de sua capacidade, as pessoas que falam muito bem, com 50%, e a maioria com 10%. Ao se tentar fingir ser anglo-americanos, não será surpresa que os vencedores sejam os anglo-americanos. " Assim expressou-se o Sr. Jean-François Derecque, diretor-geral da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis ("L'Expansion", novembro 2004). Em 2001, após dois anos de uso do Inglês como língua relacional entre a Renault e a empresa japonesa Toyota, Sr. Louis Schweitzer, presidente da montadora Renault, disse à Agence France Presse (AFP, a principal agência francesa de comunicação): "A linguagem era uma dificuldade um pouco maior do que pensávamos. Nós escolhemos o Inglês como o idioma da aliança, mas isso se apresentou como um obstáculo com desempenho reduzido bilateral ". Em 2008, de acordo com o "Süddeutsche Zeitung", a empresa de automóveis Porsche constatou que o uso unicamente do Inglês dentro da empresa constituiu uma desvantagem em comparação com o uso de até mesmo um mau alemão.

Se o Inglês apresenta-se assim insuficiente até mesmo para executivos de empresas multinacionais, será realista acreditar que ele pode produzir impacto efetivo sobre a solidariedade universal e na luta por justiça entre povos que não tiveram o privilégio de estudar por longo tempo?

Em comunicação linguística internacional, eleita seja a linguagem da eficácia:

ESPERANTO.